sábado, julho 22, 2006
SUEÑO INFANTIL
Una clara noche
de fiesta y de luna,
noche de mis sueños,
noche de alegría
—era luz mi alma
que hoy es bruma toda,
no eran mis cabellos
negros todavía—,
el hada más joven
me llevó en sus brazos
a la alegre fiesta
que en la plaza ardía.
So el chisporroteo
de las luminarias,
amor sus madejas
de danzas tejía.
Y en aquella noche
de fiesta y de luna,
noche de mis sueños,
noche de alegría,
el hada más joven
besaba mi frente...
con su linda mano
su adiós me decía...
Todos los rosales
daban sus aromas,
todos los amores
amor entreabría.
Antonio Machado
Una clara noche
de fiesta y de luna,
noche de mis sueños,
noche de alegría
—era luz mi alma
que hoy es bruma toda,
no eran mis cabellos
negros todavía—,
el hada más joven
me llevó en sus brazos
a la alegre fiesta
que en la plaza ardía.
So el chisporroteo
de las luminarias,
amor sus madejas
de danzas tejía.
Y en aquella noche
de fiesta y de luna,
noche de mis sueños,
noche de alegría,
el hada más joven
besaba mi frente...
con su linda mano
su adiós me decía...
Todos los rosales
daban sus aromas,
todos los amores
amor entreabría.
Antonio Machado
segunda-feira, julho 17, 2006
Meu ódio
É um pedaço de carne sangrenta
Esborrachado por um punho.
Uma garganta amarrada por uma corda grossa;
De cor murcha, salgada, espigada;
Castigada pelo mar.
É um rude rochedo;
Enorme, gélido, sem perdão;
A pressionar o peito contra o chão.
São meus dedos ratados,
Minhas unhas soltas
E muitas outras feridas.
É o cinza a corroer-me como ferrugem.
É o odiar quem odeia
E assim lhe somo mais ódio.
É o espelho!
E parto!
É o silêncio!
E grito!
É o meu peito!
E furo!...
….
Epilogo
…
As mãos a segurar a caneta que atravessara o coração,
O olhar surpreso, a imobilidade, a calma…
Removo a estranha adaga;
Os braços a abrirem-se com a suavidade de uma ave majestosa;
E mesmo do lado esquerdo, sobre a fenda…
-Uma flor?!
A vida então retorna.
António Morgado
É um pedaço de carne sangrenta
Esborrachado por um punho.
Uma garganta amarrada por uma corda grossa;
De cor murcha, salgada, espigada;
Castigada pelo mar.
É um rude rochedo;
Enorme, gélido, sem perdão;
A pressionar o peito contra o chão.
São meus dedos ratados,
Minhas unhas soltas
E muitas outras feridas.
É o cinza a corroer-me como ferrugem.
É o odiar quem odeia
E assim lhe somo mais ódio.
É o espelho!
E parto!
É o silêncio!
E grito!
É o meu peito!
E furo!...
….
Epilogo
…
As mãos a segurar a caneta que atravessara o coração,
O olhar surpreso, a imobilidade, a calma…
Removo a estranha adaga;
Os braços a abrirem-se com a suavidade de uma ave majestosa;
E mesmo do lado esquerdo, sobre a fenda…
-Uma flor?!
A vida então retorna.
António Morgado
segunda-feira, julho 03, 2006

A menina pó de arroz
A menina pó de arroz,
Nascida à beira do mar
Com o oceano nos olhos
E com sorrisos de lua
Nos seus lábios pequeninos
Que nunca ninguém beijou,
A menina pó de arroz,
Com seus cabelos de cobre
Onde o vento vem brincar,
Assoma à sua janela
P'ra ver a noite estrelada,
Para ouvir os sons da noite,
Para beber o luar.
Para ter em suas mãos
Macias, longas e brancas,
A noite tépida e branda,
A velha noite calada.
A menina pó de arroz,
Que por uma abreviatura
Do seu nome arrevesado
É chamada entre família
Por um nome miudinho
De marca de pó de arroz,
Com seu corpinho de fada
Que saiu de alguma fonte
Que há pouco perdeu o encanto,
Com a cabeça nas mãos,
Enquanto na casa dormem,
Veio pôr-se na janela
Para que a noite a beijasse.
A menina pó de atroz
Estará enamorada?
António Rebordão Navarro